Sumário
 
Num contexto económico particularmente adverso, os resultados alcançados pela ANA no final de 2012, confirmam a robustez do Grupo e refletem a resiliência dos seus cash-flows e a sua solidez financeira.

Os resultados confirmam ainda o acerto da valorização atingida num processo de privatização exigente e competitivo que atraiu alguns dos maiores players mundiais e que culminou, em dezembro de 2012, com a seleção da Vinci Concessions S.A.S. para a aquisição das ações da ANA, SA.

Em 2012, o Grupo ANA serviu 30,5 milhões de passageiros, mais 1,4% que no ano anterior. O EBITDA recorrente (*) gerado foi de 209,6 milhões de euros que compara com 195,3 milhões de euros em 2011 (+7,4%) e o resultado líquido registado foi de 53 milhões de euros, traduzindo um decréscimo de 23,5 milhões de euros face a 2011.

A ANA, S.A. (empresa-mãe do Grupo ANA) adotou a norma internacional de relato financeiro relativa aos Acordos de Concessão de Serviços (IFRIC 12) pela primeira vez em 2012, na sequência da assinatura do Contrato de Concessão com o Estado Português, a 14 de dezembro de 2012.

A implementação pela primeira vez desta norma implicou o registo, de uma só vez, da totalidade das responsabilidades acumuladas com as grandes reparações, o que implicou um impacto negativo no resultado líquido sem efeito em disponibilidades. Eliminando os referidos impactos, o resultado líquido registado teria sido de 82,4 milhões de euros (+7,7%).
 
(*) EBITDA não considerando situações extraordinárias
 

Tráfego
 
Ao nível do tráfego de passageiros, relevam pelo seu contributo para a trajetória positiva assinalada as evoluções registadas nos aeroportos de Lisboa (+3,5%), Faro (+1,0%) e Porto (+0,8%). Em sentido inverso estão os aeroportos dos Açores e Madeira, com quebras de 5,9% e 4,6%, respetivamente, por natureza mais dependentes da procura doméstica, também afetada pela crise económica.

Este crescimento foi acompanhado de um aumento de 1,2 p.p. em termos de percentagem de ocupação das aeronaves, que se situou em 77%, já que o tráfego registou, em termos globais, uma evolução negativa, de 1,6%. Este comportamento foi comum à generalidade dos aeroportos da rede com exceção do aeroporto de Lisboa, onde se assistiu a um aumento de 1% no movimento de aeronaves.

 

Resultados

A empresa-mãe, ANA, SA, é determinante no Grupo pelo seu peso relativo, em termos patrimoniais e de atividade, sendo assim a principal fonte dos resultados alcançados.
É de relevar que a assinatura do contrato de concessão entre a ANA, S.A. e o Estado Português a 14 de dezembro de 2012 implicou a adoção do normativo internacional de contabilidade relativo aos Acordos de Concessão de Serviços (IFRIC 12) por parte da ANA, S.A., empresa-mãe do Grupo.
 
O volume de negócios do Grupo (não incluindo o montante relativo a serviços de construção - IFRIC 12) cifrou-se em 428,7 milhões de euros, cerca de 1% acima do verificado no ano anterior. O EBITDA do Grupo, não considerando os impactos da IFRIC 12, situou-se em 203, 3 milhões de euros ligeiramente abaixo do alcançado em 2011 (-0,7%). Contudo, o EBITDA recorrente, associado à operação normal, aumentou 7,4% em relação à base comparável de 2011, atingindo o montante de 209,6 milhões de euros.
 
O resultado líquido do Grupo, fortemente influenciado pela adoção pela ANA, SA pela primeira vez da IFRIC 12, situou-se em 53 milhões de euros, refletindo uma redução de 30,7% face ao ano anterior.
 
Porém, esta redução é meramente aparente uma vez que na base comparável com 2011, os resultados do Grupo situar se-iam em 82,4 milhões de euros, 7,7% acima do ano anterior.

Investimentos
 
Em 2012 os investimentos realizados pelo Grupo ascenderam a 61 milhões de euros e tiveram como principal objetivo a ampliação e beneficiação das infraestruturas com o propósito de acolher a procura de tráfego e de aumentar a qualidade percecionada pelos passageiros servidos nos aeroportos da rede. Aproximadamente metade daquele valor foi aplicada no aeroporto de Lisboa, fundamentalmente no plano de desenvolvimento deste aeroporto, cuja conclusão se prevê para 2013. Recorda-se que os principais objetivos deste plano visam dotar o aeroporto da capital com uma capacidade de serviço de 40 movimentos/hora e 4.320 passageiros/hora, sendo que a atual capacidade declarada é de 38 movimentos/hora e 3.200 passageiros/hora.

Endividamento
 
O Grupo ANA evidenciava no final de 2012 uma moderada alavancagem financeira, traduzida por um D/E de 1,6. Ao nível da ANA, SA este indicador situou-se em 1,0.
O endividamento líquido do Grupo no montante de 581,3 milhões de euros reduziu-se cerca de 10% em relação a 2011.